Cem


É a falta que sobra, é o canto que fala, é o sonho que move o dom de poetizar todo o sentir. E o meu sentir é tão desmedido, tão intenso, que nesses vinte e poucos anos, por dentro pareço ter vivido um cento. Cem anos e um par de asas blindadas, uns pares de bem-quereres, tantos amores a quebrar quebrantos, muitas dores a anteceder encantos. Um século e uma fé intrépida, uma alma bordada em poesia, um bocado de paixões para a vida inteira, alguns despropósitos cheios de intenções derradeiras. E o meu sentir transborda, mas não me satisfaz. Desejo ser, para mim, suficiente ou mais.


3 comentários:

Maíra K. disse... Responder

E nesses cento e poucos anos internos, sempre procurando mais e mais...

Thaisa Schelles disse... Responder

Acho que pessoas como nós que tudo é um turbilhão de sentimentos e a gente vive tentando achar explicação pra tudo, poucos anos se transformam em tantos.

Adorei, uma boa semana!

Poeta da Colina disse... Responder

Trabalhar em busca do que é completo, as vez nos tira atenção do que vem no meio do caminho.

O suficiente é um final.

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Bem-Me-Quer, Mal-Me-Quer

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