Do verbo existir


Eu sinto que existo, de verdade, no meio de uma dor. Qualquer uma. Daí, somos só uma mola encolhida - prestes a disparar - e eu. Lançar no espaço alguma esperança, alguma alegria genuína, um sonho bom pra viver. Daí, somos só uma expectativa de dias melhores – embora a felicidade me seja intrínseca – e eu. Gosto de ser feliz sem precisar de motivos, mas ainda assim algo me falta. Acho que a insatisfação é invenção de Deus para dinamizar a vida. Só pode ser. Eu sinto que existo, de verdade, no meio de uma dor. É que me falta um pedaço meu, que é seu. No mais, devo ser apenas uma versão adulterada de mim mesma. 










Paz e bem!

7 comentários:

Thai Nascimento disse... Responder

Com o tempo a gente vai ficando meio calejado e aprende que viver no meio de uma dor não significa não ser feliz. Pode não ser - e na verdade não é mesmo - a felicidade que a gente gostaria de ter - mas se fomos "condenados" a viver o tempo inteiro pressionados, vamos começando a fazer de tudo isso parte de quem somos e blá blá blá. Mais ou menos assim.

Gostei !

Carlinha disse... Responder

O problema é que a falta desse algo dói tanto as vezes...
Tomara que a gente possa passar a existir de verdade no meio de uma felicidade!

beijo, tem post lá!

Poeta da Colina disse... Responder

A dor é ao menos um sinal de sentir.

Poliana Fonteles disse... Responder

Adorei as palavras, o encanto, o sobrassalto... adorei o que vi, li, e revivi aqui...
Abraço com carinho!

Thaisa Schelles disse... Responder

Não adianta sempre vai ter uma lado na nossa vida que vai nos causar insatisfação, mas a gente vai levando e se reinventando sempre.

Beijos.

Jade Amorim disse... Responder

Eu me encontro no meio da dor, me sinto mais viva e humana assim. Quando é muito bom, eu sinto muito que não é de verdade.

Saudades do teu blog, estou de volta!

Beijos.

Rafaelle Melo. disse... Responder

Intervenção de Deus! Taí, concordo!

Existir é um presente diário e se não for assim perde grande parte de seu sentido: as dores nos lembram disso, pois só lateja o que está presentificado, seja em um passado que retorna ou em um expectativa futura que corrói.

No hoje, seja em dor ou em alegria, encontramos os pedaços, que nos faltam e que nos completam.

Um beijo, cheio de hoje.

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