Sobre certezas incertas

06/06/10

Embora as certezas pareçam ter chegado para ficar, eu sinto como se ainda houvessem dúvidas reinando por aqui, esperando para serem reveladas. É que eu não confio no meu coração quando a saudade se encontra tão à flor da pele, tão latente e tão iminente. Eu não sei se da próxima vez que eu ouvir a sua voz ou vir o sorriso tão convidativo, que você carrega nos olhos sem nenhum segredo, eu conseguirei não sucumbir à urgência de sermos um, ainda que banalizando esse amor, que nem se sabe mais se é isso mesmo. 

Eu não sei em que momento o “felizes para sempre” parou de funcionar, mas eu preciso descobrir se o encantamento que me resta está mesmo em você, ou se existe simplesmente no meu olhar, talvez, distorcido. Sabe-se lá, também, se essa história toda não é somente um modo de enganar o orgulho e de encontrar desculpas para se permitir estar juntos, mais uma vez que seja e ser um pouquinho mais feliz, por uns minutos que seja. Ou, talvez, para continuar tentando, apenas. Eu só queria constatar até que ponto você ainda era tudo o que eu queria que fosse e o que eu idealizei que seríamos juntos. 

Na verdade, eu gostaria de encontrar uma brecha para resgatar os meus sonhos e uma maneira para não permitir que eles se percam nos vãos do tempo, da vida e de tudo o que tem prazo de validade. Não sei se o que o que sinto é amor ou se amo o fato de ter alguém para amar. Talvez, tudo o que eu não entenda do amor e de você seja o que me faz continuar aqui, apenas insistindo, mesmo sem ter explicação alguma. Por hora, fique aí impresso no meu travesseiro, meu maior e mais bonito segredo. 

"Mesmo não sabendo o que o amor significa, sei o que representa."

Martha Medeiros

Paz e Bem!