Segredos de Travesseiro

Hoje conclui que não sei bem quem sou. Sempre me julguei uma pessoa verdadeira. Falo o que penso. Sou sincera em tudo o que faço. Grito aos quatro ventos quando algo me incomoda. Demonstro quando gosto e quando não gosto também. A minha alegria é peceptível assim como qualquer insatisfação. Mas percebi que isso tudo acontece na relação entre mim e o mundo. Mas e entre mim comigo mesma? Como disse Clarice: "Com todo perdão da palavra, eu sou um mistério para mim". E é bem assim. Eu sou puro enigma. Não sei tudo o que está contido no meu nome, no meu sobrenome. Não conheço todos os meus medos, nem todas as cicatrizes que trago na alma, menos ainda as todas as minhas frustrações. Meus amores não me parecem tão bem definidos agora. As saudades sim. Gostaria que tudo acontecesse com a simplicidade de uma palavra. E tivesse a força de um verbo. Idelizar e ser. Mas não é bem assim. É preciso lutar contra, lutar a favor. É preciso buscar, conhecer, querer para enfim ser. Se não for assim, a vida será como a espera de borboletas em um jardim sem flor. Agora já posso admitir algumas coisas para mim. Apenas para mim.

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"Eu não falo porque quero salvar alguém. Eu falo porque gosto. Quem sou eu para salvar alguém? Eu é que tenho que me salvar!"

Renato Russo

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Feliz aquele que tem Deus por protetor e que põe Nele a sua esperança.

Salmo 145

Paz e Bem!